A história das drogas e bebidas

Com mais de 150 verbetes, a Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas, contém curiosidades que abrangem aspectos históricos, culturais e científicos de substâncias comuns, proibidas e exóticas. A partir das histórias individuais dessas substâncias controversas, o autor, Henrique Carneiro, nos leva a um passeio fascinante através do tempo e das civilizações.O papel das drogas, das bebidas e dos alimentos de propriedades psicoativas são de extrema importância econômica, política e cultural, particularmente na história moderna. A busca por eles e as guerras para controlá-los tiveram um grande impacto histórico que atingiu todos os continentes e todas as sociedades. No entanto, pouco se sabe sobre a história particular das drogas - tanto as naturais quanto as sintéticas - e as bebidas - industrializadas ou artesanais - encontradas mundo afora.De maneira clara, concisa, porém abrangente, o autor nos conduz nessa viagem pela história e pela ciência através das histórias privadas das drogas e bebidas.O livro que está sendo lançado pela editora Campus e não se propõe a compilar todas as bebidas e drogas psicoativas existentes, mas apenas aquelas que foram e são as mais importantes sob o ponto de vista histórico. O enfoque central adotado não é uma análise técnica farmacoquímica ou botânica e nem sequer médica, mas da influência cultural das substâncias referidas através dos tempos e das regiões.Na Introdução busca-se situar o problema teórico e conceitual da história do uso de drogas e sua importância cultural, política, social e econômica, sobretudo na época moderna, quando os produtos de todos os continentes, e especialmente o álcool destilado, foram conhecidos e intercambiados. O critério classificatório dos verbetes obedece à estrutura de grandes grupos (fermentados, destilados, fumos e resinas, bebidas e mastigatórios excitantes, alucinógenos vegetais, outras substâncias, drogas sintéticas), seguidos, em ordem alfabética, de cada uma das substâncias a eles relacionadas.Em relação aos alcoóis, descrevem-se tipos de bebidas e não marcas (entra vermute, por exemplo, mas não Cinzano). Registram-se definições para coquetel e ponche, porém quando são acrescentados, além de misturas de bebidas, outros ingredientes, não registrados, e sendo assim não entram caipirinha, marguerita ou mojito, mas apenas cachaça, tequila e rum. Os licores também não são compilados pela diversidade regional de tipos e marcas existentes. Foram incluídas as drogas psicoativas mais importantes, mas sem nenhuma intenção de compor um inventário extensivo, visto o imenso volume de substâncias naturais e sintéticas.As concepções vigentes no período moderno e contemporâneo, seus antecedentes antigos e as transformações ocorridas são enfocadas na pequena enciclopédia buscando relacionar as interações entre as idéias médicas, econômicas e filosóficas na constituição do que poderíamos chamar de moralidades ou atitudes morais diante dos fenômenos característicos de uso, produção e comércio dos alcoóis e de uma série de outras drogas.As drogas podem agir como remédios ou venenos. Muitas plantas e substâncias sintéticas citadas são tóxicas, comportando doses letais e diversos riscos associados ao seu uso. O álcool, os opiáceos, os barbitúricos, as anfetaminas e, especialmente, a nicotina são substâncias que costumam criar dependência, ou seja, o seu uso compulsivo e autodestruidor. Isso não ocorre necessariamente com todas as pessoas, depende do indivíduo, da substância e de diversos contextos. A natureza dessas suscetibilidades, das formas de regulação do uso do álcool e das drogas, das técnicas culturais para se constituir uma cultura do ´beber bem´ e do bom uso das drogas, assim como dos significados das formas históricas de usos daninhos e destrutivos, exige um conhecimento integral e destituído de preconceitos sobre as substâncias e seu uso histórico.

Autor: Diário do Nordeste

Fonte: www.antidrogas.com.br

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