FUNDADORES DA COMUNIDADE TEHIAT

FUNDADORES DA COMUNIDADE TEHIAT

terça-feira, 24 de março de 2009

Batismo no Espírito Santo

Essa formação é para quem ainda tem dúvidas se deve ou não fazer o Seminário de Vida do Espírito Santo.

O nome mais apropriado para o chamado "Batismo no Espírito", conforme ensina a Igreja, seria Efusão dos Dons do Espírito Santo.

Mas o que é EFUSÃO?

Pelo dicionário Houaiss temos um dos significados: derramamento, espalhamento

Pelo dicionário Michaelis: Expressão ou demonstração irreprimidas dos sentimentos íntimos; expansão

Pela Geologia, descobrimos que é Derramamento de lava
Pela Física, Efusão é um escoamento de um gás através de uma pequena abertura, causado pela agitação térmica

Ao nos referirmos ao Espírito Santo, podemos juntar um pouco de tudo isso, como podemos ver nessa formação retirada da Shalom:


"É Ele que vos batizará no Espírito Santo e no fogo" (Mt 3,11)... Esta promessa vai ter seu cumprimento, externo e visível ao mesmo tempo, no dia de Pentecostes: "Então apareceram línguas como de fogo. (...) Todos ficaram repletos do Espírito Santo" (At 2,3-4).Igualmente a palavra de Jesus: "Eu vim para atear fogo sobre a terra" (Lc 12,49), refere-se ao dom do Espírito, ou ao menos o inclui. Quanto a Paulo, também ele, implicitamente compara o Espírito ao fogo, recomendando que não se deve "apagar" o Espírito (cf. 1Ts 5,19).Para descobrir o que é que a Revelação quis nos dizer com isto, devemos ver o que o fogo simboliza na Bíblia. Vamos então descobrir que o fogo tem múltiplos significados, alguns positivos, outros negativos. O fogo ilumina (como no caso da coluna de fogo, no Êxodo), aquece, inflama, devora os inimigos, punirá por toda a eternidade os ímpios.Mas, entre todos esses significados, há um que se destaca e predomina sobre os outros: o fogo purifica. Também a água simboliza muitas vezes a purificação, mas com uma diferença importante que a própria Bíblia enfatiza: "...o ouro, a prata, o ferro, o estanho e o chumbo, tudo o que pode resistir ao fogo, deveis passar pelo fogo para que seja purificado. (...) O que não resistir ao fogo, fareis passar na água lustral" (Nm 31,22-23).O fogo é o símbolo de uma purificação mais profunda, radical. A água purifica por fora, o fogo também por dentro. Canta o salmista: "Examina-me, Senhor, e submete-me à prova, purifica no fogo meus rins e coração" (Sl 26,2). As coisas preciosas - o ouro, no âmbito material, a fé no espiritual - são provadas no fogo (cf. 1Pd 1,7)...A esta luz se deve compreender também a definição de Deus como um "fogo devorador". A sua santidade e simplicidade não toleram mistura alguma, e põem a nu todo o mal e o devoram. Somente quem afasta de si o mal "poderá agüentar um fogo devorador" (cf. Is 33,14s). em certo sentido, o título de "fogo" limita-se a explicitar o adjetivo de "Santo" que acompanha o nome "Espírito". O Espírito é fogo porque é Santo...Em Pentecostes - escreve Cirilo de Jerusalém - os apóstolos receberam "o fogo que queima os espinhos dos pecados e dá esplendor à alma"...Um antigo responsório que se recitava no Ofício de Pentecostes diz: "Sobreveio um fogo divino, que não queima, mas ilumina, não consome, mas brilha; encontrou os corações dos discípulos como receptáculos puros e distribuiu entre eles os seus dons e carismas"...Resumindo esta tradição sobre o fogo de Pentecostes, dotado do poder de criar e destruir, um grande poeta moderno escreve: "A pomba desce, fendendo os ares, com chama incandescente de terror, e as línguas declaram que a única esperança (ou desespero) está na escolha entre queimar ou queimar, ser remidos do fogo pelo Fogo".Nós "escolhemos" passar pelo fogo que redime para não sofrer um dia o fogo do juízo que destrói...A partir deste momento, o Espírito começa a agir como um fogo, não mais porém como fogo que purifica e refunde, mas como fogo que aquece e inflama... A Liturgia resgata esse ensinamento quando nos faz dizer, na Missa de Pentecostes: "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor", e ainda, na Seqüência: "Aquece o que está frio"...Santo Efrém Sírio cantou profunda e poeticamente esta prerrogativa do Espírito de aquecer, fecundar e derreter o gelo do pecado, que faz a alma ficar rígida de frio: "Com o calor, tudo amadurece; / graças ao Espírito, tudo é santificado: / símbolo evidente! / O calor derrete o gelo dos corpos: / o mesmo faz o Espírito com a impureza dos corações. / Ao primeiro calor, saltam os bezerrinhos na primavera; / assim também os discípulos, quando o Espírito desceu sobre eles. / O calor rompe os troncos do inverno que mantêm flores e frutos prisioneiros: graças ao Espírito Santo, / quebra-se o jugo do maligno, / que impede à graça desabrochar. / O calor desperta o seio da terra adormecida: / o mesmo faz o Espírito Santo com a Igreja".Também para João da Cruz, são dois os efeitos da Chama viva de amor: ela purifica a alma e lhe infunde força, vivacidade e ardor por Deus. Não se contenta em purificar-nos do pecado, mas prolonga a sua ação em nós até nos fazer "fervorosos no Espírito" (Rm 12,11). Comporta-se como o fogo quando se apega à lenha úmida: primeiro o expurga, arrancando-lhe com barulho todas as impurezas, depois o inflama progressivamente, até que se torne toda incandescente e ela mesma se transforme em fogo.Concretamente, isto quer dizer que o Espírito Santo nos preserva de cair na tibieza e, se por acaso já tivermos caído na tibieza ou estivermos caindo, livra-nos dela. Da tibieza não se pode sair sem uma intervenção do Espírito Santo, intervenção nova, decisiva. Podemos vê-lo na vida dos apóstolos. Antes de Pentecostes, eram pessoas tíbias. Não eram capazes de vigiar uma hora, discutiam sempre quem seria o maior, ficavam espantados diante de qualquer ameaça. Mas, que diferença depois que sobre eles vieram pairar as línguas de fogo. A partir daquele momento, tornaram-se a viva imagem do zelo, do fervor e da coragem. Fervorosos no pregar, no louvar a Deus, no fundar e organizar as Igrejas e, enfim, no sacrificar a vida por Cristo...Pouco adianta dizer: é preciso aplicar à doença da tibieza o remédio do fervor! É como dizer a um doente que o remédio para o seu mal é a saúde, ignorando que justamente este é o seu problema: a falta de saúde. Não, o remédio para a tibieza não é o fervor, mas é o Espírito Santo. O fervor é o contrário da tibieza, não é o remédio para ela.Com isto há uma esperança também para nós. Se nos parece diagnosticar em nós os sintomas deste "mal obscuro" da vida espiritual - a tibieza - se descobrimos que estamos apagados, frios, apáticos, insatisfeitos com Deus e com nós mesmos, existe remédio, e é infalível: precisamos de um belo e santo Pentecostes! Com o auxílio da graça, é possível sair da tibieza. Houve grandes santos que, como eles mesmos o admitiram, se tornaram santos depois de um longo período de tibieza. É o que desejamos pedir ao Espírito Santo.

0 comentários: